terça-feira, 8 de março de 2011

Convite Especial

A vida é cheia de eventos, Marcelo recebera seu convite e não conseguiu deixar de participar.
Estava ali sentado na calçada, frente ao seu prédio, observando em choque todo o movimento que rodiava a tragédia que mudaria completamente sua vida. Familia, amigos e desconhecidos completavam a cena de desespero e tristeza pela morte, sem explicação, de Viviane.
"- Foi um assalto!", uns diziam. "-Não, foi assassinato!". Seria na verdade o trabalho dos policiais descobrirem o que realmente aconteceu.
O jovem foi levado para casa de sua mãe. Sua aparência era de total desolação. Seu rosto estático, olhos longe com que se recusava-se a enxergar o que a realidade lhe apresentava. Não apresentava nenhuma reação a simples estímulos.
No dia seguinte com ajuda de seu irmão Paulo, se arrumou e se dirigiu a capela onde o corpo de sua mulher estava sendo velado. Na capela, olhava profundamente a imagem daquela que deixara perder por coisas que simplesmente se resolveriam. Percebia que não adiantaria mais dizer um simples "- Eu te amo!', pois não estaria mais ali para ouvir.
As 4h da tarde o sino da Capela toca e o corpo é encaminhado ao lugar de sepultamento. Ao chegar frente a cova, Marcelo é amparado por seus amigos, pois seu corpo não o sustentava mais. Após um último adeus, o rapaz foi novamente levado à casa de seus pais para receber todo o apoio de suas parentes.
Passados dois dias, Marcelo compareceu a delegacia onde o caso estava sendo investigado.
-Bom dia!Senhor vim tomar parte de como anda as investigações da policia quanto ao assissinato de minha mulher.
- Senhor, antes de mais nada quero deixá-lo ciente que tudo o que podemos fazer estamos fazendo, logo que tivermos uma definição do caso estaremos lhe informando. Certos procedimentos, você sabe, exigem tempo para serem concretizados. Possivelmente sua esposa foi vítima de um crime premeditado, pois todos indícios já observados apontam para isso. Mas precisamos do laudo pericial.
- Por que minha mulher seria vítima de uma atrocidades dessas. Era tão calma e amiga de todos.
- Você não se lembra de nenhuma inimizade dela, algum desafeto?
- Que eu saiba não. Apenas ultimamente brigavamos muito, mas isso não a culpo. As brigas eram causadas por mim. E me arrependo amargamente, não tive tempo de pedir perdão.
- Eu entendo, nos casamnetos acontecem essas coisas. Bom estaremos recolhendo alguns depoimentos de testemunhas. Mas o deixaremos informados.
- Muito obrigado delegado.
Descobrir o que realmente havia se procedido no apartamento do casal, caberia somente a policia.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Recomeço

Cap. 01
Atrasado

 
Zona Norte da cidade maravilhosa. Lua cheia iluminava as tradicionais ruas do bairro da penha e um jovem de 30 anos que encontrava-se sentado num pequeno bar da velha estação.
Marcelo bebia sua latinha de coca- cola, esperando o momento certo para voltar para casa. Sua vida, pensava-se assim, estava um tédio. Quase todo dia acordava em meio a brigas e dormia em meio a discussões com sua esposa que na verdade fazia o melhor para um bom relacionamento. Mas o jovem não reconhecia tal esforço e frio como se encontrava, procurava na mínimas coisas, uma oportunidade de construir grandes tempestades. Do seu ponto de vista, como deu para perceber, sua esposa sempre era a causadora de todo o transtorno.
Entre pensamentos que borbulhavam em sua cabeça, um predominava: separar-se de Viviane. Mesmo pensando assim, ainda a amava, mas não entendia o porque dos problemas que estavam desgatando seu casamento. Por ali passava seu amigo que o vendo dirigiu-se em sua direção.
- Fala Marcelo, o que faz por aqui meu amigo?
-Refletindo meu amigo... refletindo! Toma um refrigerante comigo? Preciso conversar com alguém. Minha cabeça está um turbilhão.
- Não acredito Marcelo! Cara, venho conversando com você já a dias. Nem precisa falar. Deixa eu advinhar! Hum.. É sobre se casamento com Viviane? Tantos querendo está no seu lugar, mas só faz reclamar e reclamar.
- É aquele ditado: 'Pimenta nos olhos dos outros é refresco." Não é você quem está casado com ela.
- Bem que eu queria... (susura)
-O quê?
-Nada. Continue.
- Estou cansado, ela reclama de tudo. Não posso falar nada que tudo gera discussão... E ai já viu.
-Claro. Estou vendo que não enxerga a esposa que tem. A vida que tem e que na verdade és o problema disso tudo. Só que sua personalidade o vitima.
- Já vi que não adianta bater um papo de amigo.
- Claro que dá e estou batendo. Só não estou dizendo o que gostaria de escutar.
- Melhor pararmos por aqui, pelo bem de nossa amizade .
-É vou indo. Mas uma ultima coisa meu amigo. Amigo não! Meu irmão! Não permita que pequenas coisas o faça deixar de aproveitar o que a vida lhe dá de tanto agrado, se não chega um dia em que tudo isso passa e dependendo do que acontecer não há mais retorno.
-Falou o grande filósofo... (ironiza-o). Vai lá. Também estou indo. Caramba!!!
-O que?
-Hoje completamos 6 anos de casados.
-Ai uma ótima oportunidade de mudar e salvar seu casamento.
- Um abraço. Até amanhã no batente.
Os dois se despediram. Marcelo dirigiu-se em direção a um pequeno quiosque de flores afim de comprar um bouquet de rosas para Viviane. Embora não concordasse com muitas coisa que seu amigo dissera, ao menos não pensava mais em separação.
- Boa noite, esse bouquet de rosas vermelhas. Quanto custa?
- Depende.
-Do que?
- Se for pra disfarçar o motivo da hora, que já é tarde, é mais caro. Mas se for para dar de presente por merecimento, pra você farei por R$ 45,00. E ai... qual é o motivo?
-Merecimento.
-Então R$ 45,00.
-Vou querer esse aqui.
-Pode pegar.
-Só pra tirar uma dúvida. E se escolhesse o primeiro motivo, por quanto sairia?
- O mesmo preço.
-Mas você disse que seria mais caro.
- Para sua consciência sim. Seria mais caro e pesado. Oferecer algo tão lindo e delicado para esconder algo tão sujo.
- É tem sentido. Nossa essa noite... Se escontrasse mas a frente o próprio Aristóteles não me surpreenderia.
Eram 11 da noite quando Marcelo se aproxima de seu prédio na rua Sargento Névio do Santos. Percebe que há um grande movimento de policiais, moradores e ambulâncias.
-Oi, boa noite. Sabe o que está acontecendo ali na frente?
- Dizem que foi um assalto a um apartamento. Mas estão dizendo que foi crime mesmo.
-Como assim?
- Não houve roubo. Entraram e mataram a mulher que estava no aparatamento.
-Nossa. Será que conheço? Muito obrigado senhor.
Mais próximo de seu prédio, percebe que o tal crime se trata no seu condomínio.
- Meu Deus! Sr. Gustavo o que aconteceu?
-Calma meu filho! Entendo seu desespero.
-Como assim desespero? Não estou entendendo.
-Você ainda não sabe?
-Sabe de que? Fale.. anda... fala logo!
-Alguém entrou em seu apartamento e...
-Não. Não. Não!!!
Marcelo desolado e sabendo que acabara de acontecer cai ao chão e se desespera. Passa a sua frente médicos segurando um saco preto carregando o corpo de sua mulher. É o pior momento de sua vida. O bouquet que portava em sua mãos caiu ao chão regado pelas lágrimas que desceram de seu rosto.